Eu tenho praticamente a mesma idade do The
Wall. Meu pai comprou o LP, talvez em 1980, eu deveria ter uns 3 anos, portanto
não lembro quando foi a primeira vez que eu ouvi o disco. Mas The Wall foi
certamente o disco mais importante do Pink Floyd na minha vida. Domingo, 25 de
março de 2012, no Beira-Rio, assistindo ao show de Roger Waters, tive uma
viagem de volta ao interior das sensações que marcaram tão fortemente a minha infância
e adolescência. Uma obra como The Wall, tão intensa, que é complementada por um
longa-metragem tão ou mais incrível que o disco, levou os fãs do Pink Floyd, ou
de Roger Waters a um patamar diferente de relacionamento com a música da banda.
Sempre tive a sensação que The Wall não foi criado; ele sempre existiu. Talvez
Waters tenha apenas o descoberto, afinal como ele diz em Nobody Home “I’ve got
amazing powers of observation”.
Lá no estádio, vendo ao vivo, completo em
sua totalidade aquele espetáculo, eu recordava as nostálgicas depressões que o
disco me proporcionava. Depressões no sentido de que o sentimento do álbum é
transportado ao ouvinte de uma maneira tão real que Roger Waters pode ser
considerado um mago em transformar os seus sentimentos em músicas. E o mais incrível
é que de alguma maneira estes sentimentos parecem ser universais, ao menos
entre os fãs.
Foi muito bom reviver a obra, reformulada
com os modernos recursos da tecnologia e com a imperdoável crítica de Waters ao
estabilishment.
E eu como fã de David Gilmour, senti apenas
uma tristeza pelo mestre que criou as guitarras de The Wall não estar lá
comungando aquele momento de glória musical. Mas a genialidade de Waters não
ofuscou o brilho de um dos maiores guitarristas do mundo, pois os solos estavam
lá, da maneira que Gilmour os compôs, nas mãos de competentes guitarristas.
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